TEXTO:
“Então ouvi algo semelhante ao som de uma grande multidão, como o estrondo de muitas águas e fortes trovões, que bradava: ‘Aleluia! pois reina o Senhor, o nosso YHWH, o Todo-Poderoso. Regozijemo-nos! Vamos alegrar-nos e dar-lhe glória! Pois chegou a hora do casamento do Cordeiro, e a sua noiva já se aprontou. Para vestir-se, foi-lhe dado linho fino, brilhante e puro’. O linho fino são os atos justos dos santos.” (AP. 19: 6-8).
INTRODUÇÃO:
Caso você tiver curiosidade de ler todo o contexto do Cap. 19 de Apocalipse, observará que há a descrição de duas noivas que se opõe entre si, tão antagônicas e diferentes em sua essência quanto o joio e o trigo. Por serem tão diferentes foi lhes dado nomes distintos, vejamos;
1) A primeira noiva: ”Babilônia” é descrita como corrupta, prostituta, impostora, má, injusta, assassina dos servos do Altíssimo e no julgamento final será condenada.
2) A segunda noiva: “Noiva do Cordeiro”: É descrita como bem aventurada, fiel, justa, testemunho verdadeiro, serva, será justiçada e se casará com seu noivo triunfante.
A pergunta que não quer calar é porque o Senhor permite que “noivas” tão diferentes estejam coabitando ao mesmo tempo, durante toda a história da humanidade? Certamente esta presciência é de foro íntimo e exclusivo de YHWH, cabe-nos saber apenas que já está determinado um juízo rigoroso sobre a “noiva infiel”, conforme a Palavra.
“E mais uma vez a multidão exclamou: ‘Aleluia! A fumaça que dela vem, sobe para todo o sempre’” (Ap. 19:3 – NVI).
Portanto, esta meditação tem o objetivo de aguçar sua visão espiritual, além de gerar uma expectativa escatológica em seu interior, para que vivas em verdadeira santidade e adoração, pois sabemos que a grande “noiva babilônica”, mais dias ou menos dias, terá seu fim.
1 – UMA NOIVA PECADORA.
A origem primeira desta “noiva” esta relatada no Capítulo 3 de Gênesis, quando ocorreu a desobediência em rebelião de Eva para com YHWH, por desejar, tomar para si e comer do fruto da árvore que lhe fora determinado não comer;
“Quando a mulher viu que a árvore parecia agradável ao paladar, era atraente aos olhos e, além disso, desejável para dela se obter discernimento, tomou do seu fruto, comeu-o e o deu a seu marido, que comeu também” (Gn. 3: 6 – NVI).
Como conseqüência pelo seu pecado, seu ventre também foi amaldiçoado e passou a gerar e dar à luz filhos que lhe trariam muitas tristezas, sofrimentos, pois agiriam também em rebelião a YHWH.
“À mulher, ele declarou: ‘Multiplicarei grandemente o seu sofrimento na gravidez, com sofrimento você dará à luz filhos’” (Gn. 3: 16a – NVI).
2 – AS ORIGENS DAS DUAS NOIVAS.
Amado, toda vez que alguém entra em desobediência, isto é rebelião direta à YHWH, abrindo uma “porta” para a sua própria condenação. Sabe-se que a todo pecado há conseqüências, da mesma forma isto ocorreu desde o princípio com os homens no Jardim das Delícias.
Observe como houve uma multiplicação daquela pequena semente pecaminosa na história das ofertas dedicadas a YHWH, por Caim e Abel.
Note! Eram duas ofertas distintas, duas adorações ocorreram quase ao mesmo tempo, com o mesmo propósito, uma realizada por Caim e outra realizada pelo seu irmão Abel, ambos os filhos de Eva.
1) Observamos que as ofertas dos irmãos tinham o mesmo objetivo;
2) Oferta para agradar e louvar ao Senhor pelas suas realizações;
3) Oferecer voluntariamente o seu melhor ao Senhor. Tanto pelo produto originário da agricultura por Caim, como o produto originário do rebanho de Abel.
As ofertas, objetivamente, são extremamente diferentes entre si, observe;
1) A oferta de Caim foi linda! O resultado magnífico de sua ostentação, da produção agrícola racional, do inebriamento dos sentidos, dos cheiros, da estética impecável, da visão multicolorida de folhas, flores e frutos, assim como de sabores afrodisíacos.
2) A oferta de Abel foi um terror! Foi um sacrifício apavorante absolutamente sanguinolento. A visão era de um animal inocente se esvaindo em sangue, agonizando em cima de uma pedra, sob um olhar comovido de Abel em meio às lágrimas.
Caro betelita, pense... Quais das ofertas você sinceramente escolheria?
Com certeza a oferta de Caim, pois era muito mais bonita, dá para comparar uma cascata de frutas perfeitamente arranjadas, multicoloridas, frutos maduros e aromas maravilhosos, não é mesmo?
Porém, o Senhor aceitou a oferta de Abel, que é a visão agonizante de um animal sendo sacrificado sobre uma pedra qualquer.
Observe as diferenças sutis naqueles cultos ao Senhor;
1) O culto de Caim é conduzido pela melhor produção mental, religiosa, formalíssima, esquematizada, totalmente ordeira, arquitetada pelo raciocínio, formatada pela estética puramente humana.
2) O culto de Abel é conduzido pela absoluta falta de controle, incapacidade, nenhuma interferência humana, nada fora predeterminado. Era o fruto singelo de um adorador diante de uma visão aterradora, de um animal perdendo a vida e no coração um sentimento de impotência diante da vida, diante de uma sentença de morte que lhe consumia “toda alma que pecar esta morrerá”, ansiando retornar ao Jardim do Éden.
Pergunto: De onde vem este tipo de oferta? Abel certamente tinha esta consciência, pois ouviu o relato desolador de seu pai Adão a respeito da história infeliz de pecado que vivenciou no Jardim do Éden.
- Abel também se lembrara que por causa do pecado de desobediência e arrogância praticado por seu pai, houve a expulsão do Jardim das Delícias, produzindo mudanças catastróficas em suas vidas.
“Por isso o Senhor Deus o mandou embora do jardim do Éden para cultivar o solo do qual fora tirado” (Gn. 3: 23 – NVI).
- Abel tinha uma imagem indelével em sua mente, ao se lembrar constantemente que YHWH sacrificou um animal inocente e com a sua pele cobriu-os de sua nudez.
“O Senhor Deus fez roupas de pele e com elas vestiu Adão e sua mulher” (Gn. 3: 21 – NVI).
3 – AS DUAS NOIVAS FORAM SE DISTANCIANDO.
Então desde aquele acontecimento houve quase imperceptível um “divisor de águas”, entre as adorações, vindo a gerar duas noivas, uma noiva falsa e outra noiva verdadeira, a primeira cada vez mais se corrompendo e a outra cada vez mais se santificando.
As diferenças foram paulatinamente aumentando, até que houve um distanciamento tão significativo entre elas, que deu uma flagrante guinada.
A primeira “noiva”, descendência direta de Caim, que também adora a YHWH, no Capítulo 11 de Gênesis decidiu “do nada” reunir uma multidão incontável, como nunca houve outrora na história da humanidade, onde sob uma forte liderança, proclamou;
“No mundo todo havia apenas uma língua, um só modo de falar. Saindo os homens do Oriente, encontraram uma planície em Sinear e ali se fixaram. Disseram uns aos outros: ‘Vamos fazer tijolos e queimá-los bem’. Usavam tijolos em lugar de pedras, e piche em vez de argamassa. Depois disseram: ‘Vamos construir uma cidade, com uma torre que alcance os céus. Assim nosso nome será famoso e não seremos espalhados pela face da terra’” (Gn. 11: 1-4 – NVI).
Eis agora o grande “divisor de águas”, eles acrescentaram outros elementos estranhos como; o tijolo, o betume e a argamassa aos cultos e ofertas a YHWH.
Bem, não posso deixar de contextualizar este texto, preste atenção! O culto que esta “noiva corrupta” quer oferecer a YHWH acrescenta novos elementos estéticos, além das cores, fragrâncias, que já havia sendo oferecidos anteriormente, agora incluíram a produção mental com elementos arquitetônicos, de engenharia civil e os controles humanos, que produziram a escravidão do homem pelo seu semelhante.
Como escravidão “cara de barba”? Pois para haver uma construção são necessários; o chefe e o operário, aquele que manda e o que obedece, o que pensa e o que não pensa, um é letrado e o outro analfabeto “de pai e mãe”, um Senhor e os demais escravos, um fala, ordena e o outro fica calado, um que espanca e o outro que é espancado, um que oprime e o outro que é o oprimido, um se alimenta fartamente e o outro passa fome, etc. É só pensar!... Será que havia este tipo de conduta no Jardim das Delícias? Quem então os ensinou a discriminação? Resposta: “Yes” para quem respondeu Satanás.
Bem, como posso trazer isso mais claramente para os nossos dias? Vou mudar as frases, para trazer à luz a realidade por detrás desse tipo de “culto”.
“Eia! Façamos uma igreja tão poderosa, tão adoradora que seu louvor vai chegar até os céus! Também construiremos um templo de tijolos tão espetacular que será um Palácio! Seu projeto é tão grande que as suas torres, como as de um arranha céu, irão tocar os céus! Depois, nós mesmos vamos nos sentar nas cadeiras almofadadas do trono de YHWH (?!?!)”.
Esta é a realidade nua e crua, mas esta “noiva corrupta” vai mais além.
4 – DECLARAÇÕES DA FALSA NOIVA.
As características de uma adoração “capenga” foram produzidas por esta falsa “noiva” nos mesmos moldes estabelecidos em “Babel”. Foram promovidos e reproduzidos durante inúmeras gerações, por vários milênios pelos descendentes de Caim.
Além disso, esta “noiva babilônica” que procura estabelecer uma adoração com forte cunho humano-cultual. Esta “noiva” também reproduz fielmente aquele olhar odioso, enfurecido e assassino de Caim quando vê o Senhor aceitar a oferta sanguinolenta de Abel.
“Abel, por sua vez, trouxe as partes gordas das primeiras crias do seu rebanho. O Senhor aceitou com agrado Abel e sua oferta” (Gn. 4: 4 – NVI).
Ao invés da “outra noiva” olhar para si mesma e sua oferta, fazer uma auto-análise, questionar porque sua oferta não foi aceita, prefere lançar palavras de maldição sobre Abel e a “noiva verdadeira”.
A sua adoração que deveria ter uma direção vertical, ou seja, dirigida exclusivamente ao Senhor, muda para a direção horizontal, humana, perversa, pois foca seu olhar depreciativo para a oferta do seu próximo.
É tão angustiante a situação desta falsa “noiva” que procurarei reproduzir algumas declarações que já ouvi;
- “Nós somos os escolhidos detentores da verdade bíblica!”;
- “Os que não estiverem em nossa denominação irão para o inferno”;
- “YHWH somente manifesta seu poder na nossa Igreja”;
- “YHWH irá fazer aquilo que eu determinar”;
- “Verdadeira adoração somente quando se está no Templo”;
- “YHWH tem que se manifestar em minha vida! Pois eu dou o dizimo!”;
- “Se não houver culto no templo, tome cuidado! Isso não é de Deus, é coisa do diabo!”;
Sua visão é tão estreita, tão carcomida pelo pecado que não enxerga o seu próprio orgulho e vaidade de seus sentidos. Observe o que escreveu o apóstolo Paulo;
“Não se enganem. Se algum de vocês pensa que é sábio segundo os padrões desta era, deve tornar-se ‘louco’ para que se torne sábio. Porque a sabedoria deste mundo é loucura aos olhos de Deus. Pois está escrito: ‘Ele apanha os sábios na astúcia deles’; também; ‘O Senhor conhece os pensamentos dos sábios e sabe como são fúteis’” (I Co. 3: 18-20 NVI).
CONCLUSÃO.
É claro que não sou juiz, nem julgador de suas atitudes, mas cabe perfeitamente, nesta oportunidade, fazer algumas analises sobre as duas noivas e dar alguns alertas, tais como;
- (1) Tome muito cuidado! Com a “noiva babilônica” do Apocalipse, cujas raízes estão ligadas fortemente a Caim e à antiga “Torre de Babel”.
- (2) Tome muito cuidado! Esta “falsa noiva” é o produto da egolatria humana, originárias das elucubrações mentais produzidas pelos “Cains” nas belas planícies de Sinear.
- (3) Tome muito cuidado! Estas falsas adorações na esfera estética foram engendradas pelos descendentes de Caim e são altamente reprováveis perante o Altíssimo.
- (4) Tome muito cuidado! Com as paredes, pois são estruturas levantadas por Satanás (a antiga serpente) apesar de aparentar santidade e dedicação a YHWH, contudo estão repletas de imagens descomunais de deuses-homens/ homens-deuses, pelas suas autopromoções pessoais.
- (5) Tome muito cuidado! As suas adorações a YHWH são produto direto da mente corrupta e pecadora do homem e promovem a sua própria altivez e geram destruição.
Não é à toa que o Senhor os leva a uma confusão de línguas, engano, opressão e troca de valores, observe o que o Espírito do Senhor declara;
“Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram a coisas e seres criados, em lugar do Criador, que é bendito para sempre. Amém” (Rm. 1: 25 – NVI).
Portanto, todas estas adorações “babilônicas” reproduzem uma adoração inaceitável aos olhos de YHWH e é inerente a “noiva enganadora” cujo fim está próximo.
O Senhor a destruirá repentinamente! E, aí todos verão a sua fumaça subir como um grande cogumelo em chamas, tal qual a explosão de uma gigantesca bomba atômica.
Você na verdade sempre soube disso! A noiva verdadeira sempre irradiará pureza, docilidade, transparência, adoração ininterrupta, comunhão 24 horas por dia, diálogo amoroso entre o Pai Eterno e seu filho. A noiva verdadeira sempre agiu e agirá com simplicidade, humildade, pois ela continua a fazer caminhada pelo Jardim com seu Amado e transbordante de amor por Ele.
“Vocês não sabem que são santuários de YHWH e que o Espírito de YHWH habita em vocês?” (I Co. 3: 16 - NVI).
É lindo demais perceber o amor sublime que o noivo Jesus Cristo sente por sua amada noiva majestosa, pois Ele continua a fazer a seguinte declaração comovente, quando diz;
“Eu me casarei com você para sempre; eu me casarei com você com justiça e retidão, com amor e compaixão. Eu me casarei com você com fidelidade, e você reconhecerá o Senhor” (Oséias 2: 19 e 20 – NVI).
“Então vi novos céus e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra tinham passado; e o mar já não existia. Vi a Cidade Santa, a nova Jerusalém, que descia dos céus, da parte de YHWH, preparada como uma noiva adornada para o seu marido” (Ap. 21 : 1-2 – NVI).
“O Espírito e a noiva dizem; ‘Vem! ’. E todo aquele que ouvir diga ‘Vem! ’. Quem tiver sede, venha; e quem quiser, beba de graça da água da vida” (Ap. 22: 17 – NVI).
Meu filho faça agora sua auto-análise, já pensou em qual destas “noivas” você tem pertencido?