sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

O servo não investidor
























Texto base:

“E veio outro, dizendo: Senhor, aqui está a tua mina, que guardei num lenço; Porque tive medo de ti, que és homem rigoroso, que tomas o que não puseste, e segas o que não semeaste. Porém, ele lhe disse: Mau servo, pela tua boca te julgarei. Sabias que eu sou homem rigoroso, que tomo o que não pus, e sego o que não semeei; Por que não puseste, pois, o meu dinheiro no banco, para que eu, vindo, o exigisse com os juros? E disse aos que estavam com ele: Tirai-lhe a mina, e dai-a ao que tem dez minas. (E disseram-lhe eles: Senhor, ele tem dez minas.) Pois eu vos digo que a qualquer que tiver ser-lhe-á dado, mas ao que não tiver, até o que tem lhe será tirado” (Lc. 19: 20-26.;

Introdução.

Dentro da parábola das “Dez Minas” há basicamente dois personagens, o homem nobre e os servos que receberam as minas. A ministração anterior tratou este assunto sobre a perspectiva dos servos responsáveis e suas qualificações: obediência, bondade e fidelidade. Entretanto, o tema atual “O Servo não investidor” aborda sobre as motivações que levaram o servo a tratar com displicência e irresponsabilidade o valor entregue em suas mãos. Uma coisa é certa ele não quis ouvir a ordem expressa dada pelo seu Senhor: “Negociai até que eu venha” (verso 13).

Convido-o a analisar e descobrir as verdadeiras razões da sua mediocridade, displicência e sua escolha pessoal de procurar guardá-la envolvendo-a num lenço.

È provável que ao analisar as atitudes do servo displicente, você possa identificar suas escolhas pessoais, assim como motivações e indagações cultivadas dentro do coração.

O fato é que tais “servos” não servem de parâmetro para ninguém, como diz a Nara do Oséias “são pessoas que não servem como modelo para me espelhar”.

1. São servos que não tem direção.

Como são comparados a “barcos” sem direção, que não tem foco, são conduzidos por quaisquer ventos. Como não há direção qualquer porto que atracar o satisfaz.

“...porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento, e lançada de uma para outra parte. Não pense tal homem que receberá do Senhor alguma coisa. O homem de coração dobre é inconstante em todos os seus caminhos” (Tg. 1: 6-8)

Como não tem prioridades e comprometimento com o Reino de Deus, desperdiçam todas as suas forças físicas, mentais, emocionais, além das espirituais em coisas inexpressivas, sem qualquer valor.

2. São servos que não realizam nada.

Por não desenvolver suas habilidades, não realizam nada e até atrapalham aqueles que querem fazer alguma coisa pelo Reino de Deus.

“E veio outro, dizendo: Senhor, aqui está a tua mina ...” (verso 20).

3. São servos que não compartilham.

Por serem ególatras, narcisistas, guardam tudo para si mesmo e por não se importarem com o seu próximo que é um perdido pecador.

“E veio outro, dizendo: Senhor, aqui está a tua mina, que guardei num lenço” (verso 20).

4. São servos que não querem servir.

Ao invés de compartilhar a mina (equivalente a 100 denários), que são os dons e virtudes que lhe foram concedidos graciosamente, desavergonhadamente e com a maior “cara de pau” esconde-as para não querer servir:

“E ninguém, acendendo uma candeia, a cobre com algum vaso, ou a põe debaixo da cama; mas põe-na no velador, para que os que entram vejam a luz” (Lc. 8: 16).

“Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte” (Mt. 5: 14).

5. São servos que não abençoam o próximo.

Sabe-se que o propósito de Deus é abençoar as vidas perdidas no lamaçal do pecado. Ora, se Deus é amor, é obvio que o servo deva ter o mesmo coração do Pai, misericordioso, bondoso, dentre outros atributos.

O Pai deseja que o servo seja um “canal” de benção entre os céus e a terra, que tenha atitude exemplar, que tenha o objetivo de abençoar as vidas desesperadas por uma palavra alentadora, uma oração, uma visita, um telefonema, um gesto de carinho ou meramente de alguma atenção.

6. São servos que não multiplicam a mina.

Ora, a multiplicação da mina é imperativa para o homem nobre, destarte há servos que desprezam as habilidades concedidas, os dons que foram “derramados” pelo Espírito Santo.

“Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil. Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; E a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar...” (I Co. 12: 7-9);

7. São servos que não tem responsabilidade.

A irresponsabilidade tem início na falta de consciência que os dons não são seus, sua propriedade particular. Há falta de consciência que os dons foram doados pelo Espírito Santo para um fim proveitoso, portanto deve ser obrigatoriamente distribuído.

8. São servos que não tem coragem.

“Porque tive medo de ti...” (verso 21)

Seu conhecimento distorcido diz; “Ai coitadinho de mim, snif... snif...” chorando vergonhosamente qual um bebê “espiritual”.

Este posicionamento interior alimenta cada vez mais o medo, até paralisá-lo completamente, pois há falta de libertação, tanto na alma quanto no espírito.

A conseqüência é a falta de frutificação, envolvimento com o Reino de Deus. Devido à paralisia não consegue tomar qualquer atitude, pois a mente esta corrompida, embotada e atrofiada.

9. São servos míopes espiritualmente.

A resposta dada pelo servo medíocre demonstra quão distorcida era sua visão sobre de seu Senhor, por considerá-lo uma “fera” e extremamente violento, talvez por alguma eventual negociação futura mal feita. Observe;

“Porque tive medo de ti, que és homem rigoroso, que tomas o que não puseste, e segas o que não semeaste” (verso 21).

Conclusão.

Você quer alegrar o coração do homem nobre? Então nunca faça o que este servo fez, ao invés disso, ame as pessoas ao seu redor, ajude-as a desligarem-se da escravidão espiritual que o nosso adversário impôs. As Escrituras Sagradas afirmam:

“No amor não há temor, antes o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena, e o que teme não é perfeito em amor” (I João 4: 18).

Lance fora de dentro de ti o medo, a mesquinhez, a avareza e destemidamente lance-se no oceano do Espírito Santo. Estas poderosas correntezas espirituais o levarão para outras dimensões de fé e autoridade no reino futuro. Aproveite intensamente a situação adversa e aprimore suas habilidades, seus dons e principalmente a fé.

É claro que nesta jornada haverá turbulências e muitas pedras no caminho para tentar parar, situações que procuram te paralisarem. Entretanto, nestes momentos difíceis pense sobre o amor de Jesus, sua sabedoria e infinita misericórdia, sinta como ele o cercasse com seus braços.

Permita-se aprofundar nesse relacionamento pessoal, íntimo com o Senhor, perca o medo, a timidez e lance as bases fortes para uma magnífica edificação (Betel) para o nosso Deus.

Distribua os dons! Realiza a missão! Mas, principalmente jamais guarde para si aquilo que se deve compartilhar, pois almas dependem da sua coragem.

Pense... Jamais procure lesar o homem nobre, nem desvalorizar seu investimento.