quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

O homem nobre



































Texto Base:

“E, ouvindo eles estas coisas, ele prosseguiu, e contou uma parábola; porquanto estava perto de Jerusalém, e cuidavam que logo se havia de manifestar o reino de Deus. Disse, pois: Certo homem nobre partiu para uma terra remota, a fim de tomar para si um reino e voltar depois. E, chamando dez servos seus, deu-lhes dez minas, e disse-lhes: Negociai até que eu venha. Mas os seus concidadãos odiavam-no, e mandaram após ele embaixadores, dizendo: Não queremos que este reine sobre nós. E aconteceu que, voltando ele, depois de ter tomado o reino, disse que lhe chamassem aqueles servos, a quem tinha dado o dinheiro, para saber o que cada um tinha ganhado, negociando. E veio o primeiro, dizendo: Senhor, a tua mina rendeu dez minas. E ele lhe disse: Bem está, servo bom, porque no mínimo foste fiel, sobre dez cidades terás autoridade. E veio o segundo, dizendo: Senhor, a tua mina rendeu cinco minas. E a este disse também: Sê tu também sobre cinco cidades. E veio outro, dizendo: Senhor, aqui está a tua mina, que guardei num lenço; Porque tive medo de ti, que és homem rigoroso, que tomas o que não puseste, e segas o que não semeaste. Porém, ele lhe disse: Mau servo, pela tua boca te julgarei. Sabias que eu sou homem rigoroso, que tomo o que não pus, e sego o que não semeei; Por que não puseste, pois, o meu dinheiro no banco, para que eu, vindo, o exigisse com os juros? E disse aos que estavam com ele: Tirai-lhe a mina, e dai-a ao que tem dez minas. (E disseram-lhe eles: Senhor, ele tem dez minas.) Pois eu vos digo que a qualquer que tiver ser-lhe-á dado, mas ao que não tiver até o que tem lhe será tirado. E, quanto àqueles meus inimigos que não quiseram que eu reinasse sobre eles, trazei-os aqui, e matai-os diante de mim.” (Lc.19: 11-26)

Introdução.

É evidente que esta parábola das “Dez Minas” tem seu equivalente bíblico à dos “Talentos” de Mateus 25; 14-30. Para dar inicio a esta ministração, deve-se esclarecer que o Reino de Deus, acontecerá em 2 (duas) formas e em tempos/ épocas diferentes, observe.

· Primeira fase: (tempo presente, interiormente) – É o que esta ocorrendo atualmente, onde a manifestação do Reino de Deus ocorre dentro dos verdadeiros filhos de Deus, em seu íntimo. Por exemplo, na conversão o pecador reconhece Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador, demonstrando que foi um sinal ínfimo que o Reino de Deus se tornou presente, manifestando-se dentro da pessoa (Betel).

· Segunda fase: (tempo futuro, exteriormente) – Ocorrerá em tempo diferente da primeira fase, pois a manifestação do Reino de Deus ocorrerá visivelmente e diretamente na economia das nações (Escatologicamente: o Milênio).

Em suma, esta ministração visa alertar e até impactar o adorador a uma reflexão pessoal, íntima, profunda sobre sua vida, suas prioridades e metas atuais diante das realidades expostas por Jesus nesta parábola.

1. Uma manifestação interior, portanto invisível.

Alarguemos o entendimento sobre a parábola, observe que as Escrituras Sagradas nos alertam que haverá primeiramente uma manifestação interior (invisível) do Reino de Deus, naqueles que receberem Jesus Cristo. Apesar de que esta manifestação do Reino de Deus é absolutamente real e já vem ocorrendo a cerca de 2.000 anos, observe:

“E, interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o reino de Deus, respondeu-lhes, e disse: O reino de Deus não vem com aparência exterior. Nem dirão: Ei-lo aqui, ou: Ei-lo ali; porque eis que o reino de Deus está entre vós” (Lc. 17: 20-21).

Este Reino Eterno foi iniciado após o batismo de Jesus Cristo, por João (o batizador);

“E dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos, e crede no evangelho” (Mc. 1: 15).

2. As profecias bíblicas sobre o Reino de Deus visível.

Voltando-se para as profecias do Antigo Testamento observa-se claramente esta manifestação visível, em que Jesus Cristo tocará novamente seus pés nesta terra e reinará gloriosamente desde a cidade de Jerusalém, em Israel.

“Naquele dia também acontecerá que sairão de Jerusalém águas vivas, metade delas para o mar oriental, e metade delas para o mar ocidental; no verão e no inverno sucederá isto. E o SENHOR será rei sobre toda a terra; naquele dia um será o SENHOR, e um será o seu nome” (Zc. 14: 8-9).

Uau... È impressionante e majestoso o relato no livro do Apocalipse, ao declarar que Jesus reinará sobre todos os reinos desta terra:

“E o sétimo anjo tocou a sua trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: Os reinos do mundo vieram a ser de nosso SENHOR e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre” (Ap. 11: 15).

3. Uma manifestação exterior, portanto visível.

Na segunda fase, em tempo desconhecido, eclodirá um reino visível/ tangível, o qual foi declarado aos discípulos pelos anjos, na ascensão de Jesus Cristo:

“Os quais lhes disseram: Homens galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir” (At. 1: 11).

Este retorno, predito pelos anjos, na segunda vinda de Jesus Cristo, inaugurará definitivamente a segunda fase (visível/ tangível), só que em dia e hora desconhecida:

“Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho do homem há de vir” (Mt. 25: 13).

4. As providências tomadas pelo homem nobre.

O mais interessante desta parábola é que Jesus (o homem nobre) toma algumas providências antes de sair para a jornada de conquista de um reino (os céus) e entrega seus bens e valores que lhe pertencem nas mãos de seus servos.

È bonito observar a atitude de Jesus ao demonstrar absoluta confiança em seus servos (verso 13) “Deu-lhes dez minas”.

[Observação: uma Mina era o equivalente a 100 (cem) denários. Um denário era o salário por um dia de trabalho. Igualmente, dez denários adquiriam-se mil ovelhas].

Na verdade o que parecia um abandono de suas coisas era um teste para saber quais as reais motivações interiores nos seus servos, como eles iriam cuidá-las.

Em seu retorno, o homem nobre requer de cada um dos seus as providências que eles tomaram com a mina em sua ausência, se eles multiplicaram o seu investimento nesta terra.

5. O grande investimento que ele deixou.

Pense... É claro que Jesus em seu ensino não estava referindo-se a moedas, dinheiro, nem sequer em investimentos financeiros corruptíveis, porém em almas resgatadas do inferno, as suas ovelhas.

Sabe-se que Jesus Cristo foi deixado só naquela cruz do Calvário e morreu. Foi sacrificado em terra estranha, neste reino terreno a fim de conquistá-lo e libertá-lo para o Pai Eterno. Obviamente seu investimento são as almas pelas quais ele derramou seu sangue precioso, sua maior riqueza são os perdidos pecadores.

Você tem o Espírito Santo de Deus, reflita, Jesus Cristo nos confiou a responsabilidade de expandir os seus negócios espirituais nesta terra, que é ganhar almas para Deus, as quais devem ser arrancadas do lamaçal do pecado e da morte, literalmente saqueadas do inferno.

Alôoo... Preste atenção! Jesus te entregou certas responsabilidades, o que você tem feito para o Reino de Deus? Jesus te entregou estas “chaves” o que tens efetivamente realizado?

6. As qualificações exigidas pelo homem nobre.

Claro que Jesus Cristo espera algumas atitudes de seus servos, espera que eles demonstrem virtudes, assim como ele exerceu-as nesta terra.

a) Primeira qualificação – bondade:

“E ele lhe disse: Bem está, servo bom, porque no mínimo foste fiel, sobre dez cidades terás autoridade” (Lc. 19: 17).

Quando ele exige que lhe prestem contas enquanto ele estava conquistando novas terras, os dois primeiros servos tiveram atitudes excepcionais, pois investiram ousadamente e conseguiram multiplicar significativamente os rendimentos de seu Senhor. Ao utilizar-se de trocas, negociações e/ou barganhas foram hábeis em multiplicar os bens do homem nobre.

Para refletir: Quando você ora “Venha o teu reino e seja feita a tua vontade”, você crê na tua oração realmente? Você tem colocado todas as suas habilidades espirituais para o estabelecimento do Reino de Deus nesta terra?

b) Segunda qualificação - fidelidade:

Ora a fidelidade é uma exigência, a contrapartida da confiança que foi depositada pelo homem nobre. É tão importante que foi louvado pelo seu caráter:

“E ele lhe disse: Bem está, servo bom, porque no mínimo foste fiel, sobre dez cidades terás autoridade.” ( Lc. 19: 17).

Quando se tem esta integridade de caráter, o servo nunca se desvia de seu caminho, das metas que lhe foram disponibilizadas, mesmo aparentando demora de seu Senhor.

Para refletir: O Pai procura verdadeiros adoradores, será que você tem o mesmo caráter do homem nobre? Tem sido fiel a ele e multiplicado a mina depositada em suas mãos? Mesmo no ardor da batalha?

7. As retribuições concedidas pelo homem nobre.

Retornemos às duas formas do Reino de Deus - interior (invisível) e exterior (visível), o mistério da parábola é revelado agora, na retribuição pelas obras praticadas, só que agora no Reino de Deus conquistado, solo, terreno e visível.

Aos servos que permaneceram fiéis nas coisas mínimas ele os incumbirá de novas tarefas. Ao conceder-lhes autoridade estarão sendo entregues maiores responsabilidades, muito mais elevadas que as primeiras.

a) Primeira retribuição – quantidade.

Na parábola Jesus além de expressar seu reconhecimento diante de todos, retribuirá generosamente as habilidades demonstradas, concedendo dez cidades;

“E ele lhe disse: Bem está, servo bom, porque no mínimo foste fiel, sobre dez cidades terás autoridade” (Lc. 19: 17).

b) Segunda retribuição – autoridade.

Além disso, ele concederá autoridade sobre os locais de suas mais recentes conquistas nesta terra:

“E ele lhe disse: Bem está, servo bom, porque no mínimo foste fiel, sobre dez cidades terás autoridade” (Lc. 19: 17).

É espetacular a sua conquista, pois Jesus efetivamente já está expandindo o seu reino;

“E para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra.” (Ap. 5: 10).

“Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos” (Ap. 20: 6).

Conclusão.

A inércia, uma vida amortecida, sonolenta, sem foco, não terá quaisquer retribuições por parte de Jesus Cristo.

O que choca na prestação de contas das minas é que um servo produziu de 1 (um) para 10 (dez) minas e com isso fora-lhe confiado ainda mais quantidades e autoridade.

Que para agradar realmente o homem nobre, a meta individual são mil ovelhas/ almas. Para isso, certamente necessitamos repensar nossas prioridades urgentemente, pois se não houver uma aplicação objetivando a multiplicação, certamente não haverá qualquer recompensa.

Pense... Será que você estará habilitado/ preparado para reinar com Cristo? Se não cuida de coisas pequenas como um grupo pequeno, uma célula B52? Que servo é você?

Diante da ordem “Negociai até que eu venha” a oração deve ser: Senhor, aumenta minha paixão pelas almas, agressividade, força e coragem para colocar em ação estas habilidades a mim confiadas.

O tempo é hoje! A hora é agora! Que tal multiplicar o investimento em almas hoje, para poder reinar amanhã sobre multidões, pois esta é a exigência mínima do HOMEM NOBRE.