
“Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto”.
Introdução.
Historiadores afirmam que o cultivo de grãos começou no Egito há 6000 anos. A princípio eram ingeridos sem qualquer processamento, e depois eram transformados em farinhas, por um processo rudimentar: eram triturados entre duas pedras em movimentos rotatórios. A seguir, era adicionada a água, a massa obtida era colocada sobre pedras aquecidas. Há milênios o pão é o principal alimento dos israelitas e até em cerimônias e festas são utilizados.
1) A Casa do Pão.
O pão é tão importante para os israelitas que trocaram o nome de uma cidade chamada Efrata para Belém. O nome hebraico é “Bet’Lerem” e seu significado etimológico é “Bet” com o significado de Casa e “Lerem” que significa Pão, logo ao juntá-las teremos “Casa do Pão”, porque Deus sempre supriu a terra prometida com grande abundância de sementes.
2) Os pães sem fermento.
Os judeus fazem pães feitos de cevada e com a flor de farinha fazem bolos. Os pães que são feitos com fermento são considerados “impuros” e são proibidos em algumas festas judaicas. No entanto, os pães sem fermento, chamados de ázimos são feitos para agradar a Deus e por isso servem para oferendas.
3) A flor de farinha.
O pão independente de ser redondo ou quadrado tinha que ser da flor de farinha. A flor de farinha é um trigo bem moído. Um trigo nunca poderá se tornar flor de farinha mantendo a sua própria casca e formato.
4) A casca é tirada.
Muitas vezes a pessoa come o pão sem ter consciência que o grão de trigo tem que morrer arrancar-lhe a casca e ser moído e quanto mais moído melhor (qualidade). Portanto os nutrientes só aparecem caso for tirada sua casca.
5) Jesus é esse grão de trigo.
Ele viveu nesta terra até que foi moído, como o grão de trigo é triturado, assim também ele o foi por nossas transgressões. Ele foi preso, julgado, condenado e levado até a cruz, tendo como companheiros dois ladrões. Foi na cruz do Calvário que Jesus Cristo entregou sua vida para nos dar vida em abundância, através de seu sacrifício é que temos acesso ao Pai e definitivamente abriu-nos o caminho da comunhão eterna com Ele.
6) A mensagem apostólica.
Paulo foi criado aos pés de Gamaliel, o maior teólogo nos tempos de Jesus e, no entanto apesar de todo o seu conhecimento observe o que ele diz aos irmãos da cidade de Corinto, na Grécia;
“Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado” (I Co. 2: 2).
O apóstolo centralizava suas mensagem na cruz, um lugar de sofrimento e de morte.
“Porque Cristo enviou-me, não para batizar, mas para evangelizar; não em sabedoria de palavras, para que a cruz de Cristo se não faça vã” (I Co. 1: 17).
7) Os discípulos e o mestre.
Assim como o mestre (Jesus) teve que morrer para si mesmo, para suas vontades, da mesma forma seus discípulos devem tirar a casca do egocentrismo, do clto ao “eu” e viver uma vida para o próximo. Portanto, não viver para satisfazer a sua própria vontade, mas se entregou pela humanidade toda.
Conclusão.
Assim como Jesus Cristo vivia no mundo não satisfazendo os desejos e as vontades da sua própria carne e nunca cedendo diante das tentações, assim também não devemos ceder aos seus desejos, nem as suas concupiscências.
Quando cada betelita permitir que sejam quebrados os desejos da carne (a casca) e permitir que apareça a essência (O Espírito Santo), aí então ... será transformado numa Flor de Farinha para a glória de Deus Pai.
"Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis. Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus" (Rm. 8:13~14)
Jesus é essa Flor de Farinha, pois se deixou morrer por cada um de nós, e você tem se deixado morrer, para viver para Deus?
“... na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só ...”