domingo, 5 de agosto de 2007

As digitais de Deus

Texto Base:

“A PALAVRA do SENHOR, que veio a Jeremias, dizendo: Levanta-te, e desce à casa do oleiro, e lá te farei ouvir as minhas palavras. E desci à casa do oleiro, e eis que ele estava fazendo a sua obra sobre as rodas, Como o vaso, que ele fazia de barro, quebrou-se na mão do oleiro, tornou a fazer dele outro vaso, conforme o que pareceu bem aos olhos do oleiro fazer. Então veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? diz o SENHOR. Eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel”. (Jr. 18: 1 a 6).

Introdução.

Deus fala de diversas maneiras, entre elas Ele utiliza-se de figuras, de situações do cotidiano para comunicar a sua mensagem conosco.

Foi por meio do trabalho hábil de um oleiro com uma pequena quantidade de barro umedecido com água e uma roda de madeira que Deus falou com o profeta Jeremias.

Da mesma forma o Pai exaltado quer falar contigo sobre as digitais de Deus que são impressas no barro do teu coração, a fim de transformá-lo em um lindo vaso modelado pelas mãos amoráveis do oleiro eterno.

1 – A aplicação da figura.

Deus utiliza-se desta figura corriqueira para trazer uma mensagem impactante à casa de Israel, por pertencermos ao Israel de Deus, logo esta mensagem também deve ser aplicada à vida pessoal, ao betelita que quer agradar a Deus em tudo.

Para iniciar, a verdade inequívoca é que somos barro, pó da terra e nada mais que isso. A nossa origem é o lamaçal de pecado e morte, ora se não fora o Senhor que nos tivesse tirado deste charco, por meio de Jesus Cristo, jamais poderíamos imaginar em ser transformados em um vaso para sua honra.

2 – Os elementos na mensagem e os significados.

É notório que há 3 (três) elementos básicos centrais prefigurados na casa do oleiro a saber; o barro, a roda de madeira e as mãos do oleiro.

É importante observar que cada um deles tem um significado específico, vejamos atentamente;

1) O barro – representa a vida do betelita (diga “Eu”);

2) A roda de madeira – significa as circunstâncias da vida que nos envolve, o curso de nossa vida que fica girando, por vezes mais lento e por outras vezes mais rápido;

3) As mãos do oleiro – representa o próprio Deus o criador e a sua ação, sua vontade soberana e pressão sendo aplicadas diretamente sobre o barro.

3 – As mãos do oleiro.

Entre todos os elementos citados o mais importante são as mãos do oleiro, por ser o mestre por excelência, o criador de todas as coisas, aquele que tem todo o poder, cujos pensamentos são muito mais elevados, Ao barro resta-lhe a alternativa de permitir ser moldado e trabalhado por suas mãos habilidosas.

4 – Deus tem um molde padrão.

Sabe-se que o trabalho do oleiro consiste em dar molde à massa de barro umedecida e que o modelo projetado e aprovado é seu filho Jesus Cristo.

“Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor” (II Co. 3: 18).

Deus nos coloca sobre a roda das circunstâncias e objetivamente inicia o seu trabalho em nosso caráter/ ética/ motivações transformando o “barro” em verdadeiro discípulo do Senhor Jesus Cristo em amor e santidade.

Ora, as Escrituras Sagradas declaram que Deus é absolutamente santo;

“E clamavam uns aos outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória.” (Is. 6: 3).

Por isso seu desejo soberano é imprimir indelevelmente suas digitais poderosas de santidade e amor na massa informe de barro que fora tirado do lamaçal.

5 – O barro fujão.

Entretanto, o barro (diga “eu”) muitas vezes quer se rebelar contra as mãos do oleiro e sua tendência é querer sair pelas laterais e fugir do trabalhar da roda, das circunstâncias impostas por Deus. A nossa tendência é dizer; “Deus será que você sabe o que esta fazendo?”

“Vós tudo perverteis, como se o oleiro fosse igual ao barro, e a obra dissesse do seu artífice: Não me fez; e o vaso formado dissesse do seu oleiro: Nada sabe” (Is. 29: 16).

Esquecemo-nos que todas as situações são aprendizados para o crescimento espiritual;

“E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8: 28).

6 – O vaso rachado.

Porém há outra forma do vaso se rebelar é rachando-se! Isso pode ser exemplificado quando o oleiro ao girar a roda, tendo o barro em estado final de acabamento se quebra em suas mãos, demonstrando que o barro insiste em não querer ser moldado, ao endurecer o coração diante das situações impostas pelo oleiro.

“Ai daquele que contende com o seu Criador! O caco entre outros cacos de barro! Porventura dirá o barro ao que o formou: Que fazes? Ou a tua obra: Não tens mãos?” (Is. 45: 9).

Conclusão.

Deus é o criador de todas as coisas e pela sua palavra o universo ordenadamente passou a existir, conseqüentemente ele tem capacidade infinita para moldar um vaso em suas mãos.

Pergunto: por quantas vezes Deus tem falado contigo para “amar as vidas”, “pastorear o seu rebanho”, “passar para o outro lado”, “sair das paredes” e mesmo assim não queremos sair da zona de conforto, ao proferir “essa pessoa eu não vou cuidar”, “aquela outra também não”.

A rebelião tem início quando desprezamos e não queremos sair para fazer discípulos, não nos dispomos a ser tratados pelo oleiro. Talvez por medo de ser magoado, talvez o medo de ser traído, achar que tem pouco conhecimento bíblico ou outras desculpas quaisquer... E por causa disso não nos dispomos nas mãos do divino oleiro, a fim de ser moldado no mesmo caráter de seu Filho Jesus Cristo.

Saiba de uma coisa, nunca se deve contender com o oleiro, pois é pura perda de tempo, permita ser moldado, olhe somente para as suas mãos hábeis e nunca, jamais olhe para a roda.

O oleiro quer que sejamos um vaso aprovado com as marcas de suas digitais em nossa vida e totalmente irrepreensíveis até a sua gloriosa vinda;

“O qual vos confirmará também até ao fim, para serdes irrepreensíveis no dia de nosso Senhor Jesus Cristo” (I Co. 1: 8).