
TEXTO: ISAÍAS 1: 12-18
“Quando vindes para comparecer perante mim, quem requereu isto de vossas mãos, que viésseis a pisar os meus átrios? Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação, e as luas novas, e os sábados, e a convocação das assembléias; não posso suportar iniqüidade, nem mesmo a reunião solene. As vossas luas novas, e as vossas solenidades, a minha alma as odeia; já me são pesadas; já estou cansado de as sofrer. Por isso, quando estendeis as vossas mãos, escondo de vós os meus olhos; e ainda que multipliqueis as vossas orações, não as ouvirei, porque as vossas mãos estão cheias de sangue. Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer mal. Aprendei a fazer bem; procurai o que é justo; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas. Vinde então, e argüi-me, diz o SENHOR: ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã” (Is. 1: 12-18).
Introdução.
Na época do profeta Isaías, o povo de Deus Israel ia até o templo para cultuá-lo com júbilo, cumprindo seus votos diante do Pai, assim como observavam as festas determinadas por Deus, também ofertavam animais, cereais, entre outros. Apesar de sua forma de culto aparentar correção, Deus não as aceitava motivadas pela falta de justiça e retidão em suas obras. Mas por que Deus faz isso?
1) Deus é absolutamente Santo.
As escrituras nos relatam que Deus é absolutamente Santo, todas as revelações dos profetas nos indicam a santidade de Deus, ele é louvado por anjos, querubins, serafins por seu atributo mais significativo - a santidade.
“Porque eu sou o SENHOR, que vos fiz subir da terra do Egito, para que eu seja vosso Deus, e para que sejais santos; porque eu sou santo” (Lv. 11: 45).
O Pai exige igualmente a santidade de seus adoradores, não somente parcialmente, momentaneamente, mas uma vida entregue integralmente diante dele, em absoluta santidade.
“E ser-me-eis santos, porque eu, o SENHOR, sou santo, e vos separei dos povos, para serdes meus” (Lv. 20: 26).
“Mas, como é santo aquele que vos chamou sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver” (1 Pe. 1: 15).
2) Isaías esteve diante do Senhor.
Isaías um profeta tremendamente usado nas mãos de Deus, relata seu encontro em visão com o Senhor e lhe é revelado esse atributo a santidade, na adoração celestial, é lindo;
“E clamavam uns aos outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória” (Is. 6: 3).
3) Ezequiel profetizou.
Ezequiel igualmente foi agraciado num encontro com o Santo de Israel e relata profeticamente;
“E farei conhecido o meu santo nome no meio do meu povo Israel, e nunca mais deixarei profanar o meu santo nome; e os gentios saberão que eu sou o SENHOR, o Santo em Israel” (Ez. 39: 7).
4) João, o profeta, em visão.
No apocalipse João em revelações tremendas dadas pelo Eterno, na ilha de Patmos, lhe é revelado igualmente o atributo mais puro desse Deus grandioso.
“E os quatro animais tinham, cada um de per si, seis asas, e ao redor, e por dentro, estavam cheios de olhos; e não descansam nem de dia nem de noite, dizendo: Santo, Santo, Santo, é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, que era, e que é, e que há de vir” (Ap. 4: 8).
5) O ambiente no culto celestial.
Enfim, todo o coro celestial, os seres viventes, os 24 anciãos explodem em adoração ao grande Deus que além de criador, é sustentador, é protetor, enfim seus atributos são inomináveis, mas dentre todos se sobressai um que o identifica singularmente, a pessoa de Deus - Ele é Santo!
“Quem te não temerá, ó Senhor, e não magnificará o teu nome? Porque só tu és santo; por isso todas as nações virão, e se prostrarão diante de ti, porque os teus juízos são manifestos” (Ap. 15:4).
6) Há condições para Deus aceitar nossas ofertas.
Na época de Isaías o povo apresentava suas ofertas, porém Deus rejeitava-as por causa da falta de santidade do ofertante. O Pai quer de cada um de nós a essência de seu caráter, de seus atributos, especialmente o da Santidade.
O fato de o ofertante cumprir ritualmente, cerimonialmente toda a Lei Divina, no entanto quando ele perde a essência, a pureza de suas atitudes, ele põe tudo a perder.
Por isso Deus quando olhava para as ofertas, via em suas mãos o gotejamento de sangue do pecado praticado, e apesar dos constantes clamores, as suplicas cada vez mais veementes dos ofertantes a Deus, ele tapava seus ouvidos, pois faltava o acompanhamento de um coração amoroso, uma mente purificada diante dele.
“Ora, o fim do mandamento é o amor de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida” (1 Tm. 1: 5).
7) Faltava o tratamento do pecado.
O povo tinha consciência de seu estado, sabia dos pecados cometidos, praticados, porém não os tratava. Apesar de suas vestes com franjas serem impecáveis Deus via uma só chaga mortal, um câncer aparente e purulento, pois Deus nos vê interiormente.
“SENHOR, tu me sondaste, e me conheces. Tu sabes o meu assentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento. Cercas o meu andar, e o meu deitar; e conheces todos os meus caminhos. Não havendo ainda palavra alguma na minha língua, eis que logo, ó SENHOR, tudo conheces. Tu me cercaste por detrás e por diante, e puseste sobre mim a tua mão” (Sl. 139: 1-5).
Conclusão.
Sabemos que o nosso pecado faz separação entre nós e o nosso Deus.
“Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça” (Is. 59:2).
O Eterno Deus sabe que necessitamos de um verdadeiro arrependimento, seguido de uma vida de santidade e adoração, Deus sempre conclamou seu povo a isso.
“E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra” (2 Cr. 7: 14).
Devemos deixar de nossa postura extremamente orgulhosa, por vezes farisaica e nos quebrantarmos diante de Deus e suplicarmos seu perdão e auxílio. Deus continua chamando a atenção para um exemplo singular - a igreja em Laodicéia.
.“Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas. Eu repreendo e castigo a todo quanto amo; sê, pois zeloso, e arrepende-te” (Ap. 3: 18-19).
Em suma, caro betelita, nossos encontros com Deus nos cultos de adoração deve expressar a santidade assim como de um casamento, onde o noivo fica esperando ansiosamente a noiva no altar até encontrá-la vestida de branco, em pura santidade.
Quando obedecemos à voz do Espírito Santo de Deus nossas ofertas serão aceitas diante do Pai, pois de nossas mãos santificadas estarão destilando azeite fresco da unção. Ele é Santo!